quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Giro de Italia 2013 - A concretização

É verdade, já acabou e já tivemos uma semaninha de recuperação! :)
Sem dúvida que foi especial, mas foi uma viagem non stop. Já sabíamos que ia ser assim, mas valeu muito a pena, pois ficámos a conhecer muito de Itália. Eu apenas conhecia Roma,é uma cidade apaixonante e tem muito para oferecer.  Desta vez, Roma ficou de fora e concentrámo-nos o norte de Itália.

Aqui fica um pequeno resumo do diário de bordo e desta forma fica registado para também não me esquecer:

1º dia - Lisboa-Aeroporto Malpensa
2º dia - Aeroporto Malpensa-Como-Belaggio-Sirmione-Verona
3º dia -Verona-Pádua-Veneza
4º dia - Veneza-Bolonha-Florença
5º dia - Florença-Siena-San Gimignano-Pisa
6º dia - Pisa-Cinque Terre
7º dia - Cinque Terre-Génova-Milão
8º dia - Milão-Lisboa

O que mais me surpreendeu e o que gostei mais.
Nem sei por onde começar, mas começamos do início, do ponto de partida, pois a coisa não é fácil.
A cidade Como surpreendeu-me, pois ia com a  ideia de ser uma vilazinha com vista para um lago, mas adorei o centro da cidade e o lago de Como. Era sábado e tinha uma feira e por isso as ruazinhas estavam super movimentadas. É uma cidade com gente gira e chique. Aquela ideia dos italianos andarem sempre arranjadinhos batia certo. Não se via gente "pobre"... se me faço entender!!! Dali percorremos o lago Como até Bellagio (estradinha à beira rio, com muita curvas, mas com uma vista fabulosa).
Vale a pena ir a Sirmione, parece uma estância balnear, tem ar de praia, local de férias de verão. Estamos a falar de uma península bem estreitinha no lago de Garda com um castelo no final. Os gelados também não foram esquecidos em Sirmione. Depois do gelado lá fomos até Verona.


Verona é linda. Uma cidade encantada. A minha cidade de eleição nesta viagem.
A visitar: o Castelvecchio, a Arena e a Piazza Brà, Piazza delle Erbe, casa da Julieta, Piazza dei Signori, Torre dei Lambertini, Duomo... entre outros, mas não esquecer de ver o rio e beber um Spritz ao pé da ponte Pietra. Uns dos pontos muito interessantes em Verona é que é uma cidade com os traços medievais e com aquelas ruelas apaixonantes. Deixem-se perder por Verona!

De Verona fomos para Veneza, mas antes parámos em Pádua para irmos a 2 sítios: a igreja de Sto António e a uma praça onde se vendem risotos. O primeiro ponto foi bem sucedido, rezámos a Sto António e colocámos a mãozinha no túmulo. O segundo ponto, realmente fomos à praça, mas ao domingo a feira está fechada. Ia com tanta espectativa nos risotos... foi a minha primeira deceção!


Veneza é aquilo que estamos habituados a ver. O Grande Canal, as ruelinhas e as milhares de pontes, a Praça de San Marcos e a Ponte Rialto são pontos obrigatórios. Subimos à torre da praça e também fomos à Basílica de San Marco. Uma dica, desde a zona de chegada (autocarros ou mesmo comboio)  é bom apanhar o vaporetto até à praça San Marcos, porque a pé é um grande esticão! Uma zona interessante em Veneza para investigar, para beber um copo ou para comer  é o Campo de Santa Margherita.  A cidade também é muito diferente ao final do dia/noite e de manhã. De manhã é muito mais viva e com outras cores. Tivemos sorte porque em todas as cidades conseguimos ter essa experiência da noite e da manhã.



Bolonha foi uma rápida paragem na cidade considerada "a vermelha" por causa da cor, "a Douta"
por causa das universidades e "a Gorda" por causa da gastronomia. Esta cidade já é maior que as outras, um pouco mais citadina.
O centro histórico ou melhor a Piazza Maggiore vale a pena ser visitada e as 2 torres inclinadas são brutais. Os gelados que estão ali mesmo ao lado são deliciosos. Outra coisa que tenho de referir são umas ruelas que estão ali ao lado da praça que estão cheias de mercearias e lojas com produtos italianos de babar. Eu adoro ver montras com os produtos típicos... as bancadas de fruta, os queijos, as massas, os enchidos... aquele colorido enche-me os olhos.


Bolonha foi a correr porque tínhamos que chegar rapidamente a Florença para ver o pôr do sol.
Chegámos a Florença e fomos diretos à Piazza Michelangelo e à Basílica di San Miniato al Monte que ficam num monte com vista para Florença. Já eram 18h30 e foi aproveitar o momento  do pôr do sol na Piazza, mas também nas escadarias da basílica. A vista é fabulosa, mas o que mais me surpreendeu em Florença, foi mesmo a dimensão do Duomo. Aquela catedral é gigante e quando começamos a aproximarmo-nos da catedral, pelo meio das ruelas começamos a ver "aquilo", eu fiquei de boca aberta!! A catedral também não tem uma praça que a deixe respirar, por isso ainda parece maior. As ruelas aqui são maiores que as de Verona, é uma cidade com muito história e com traços medievais, mas já é mais "citadina" do que Verona.
A visitar: Duomo, o Palácio Vecchio é fora de série e a Piazza della Signoria, picar o ponto na casa de Dante, Galeria Uffizi, Academia (não fomos), Basílica São Lourenço e entrar no Mercado (adorei). Obrigatório comer uma Bistecca alla fiorentina ;)



Siena - entrámos na cidade e parece um pouco parada, pelo menos no lado que nos entrámos, mas depois começamos a chegar à Piazza del Campo e aquilo fervilha de gente. É uma praça que merece ser visitada. Por 5 minutos não conseguimos subir à torre do Palazzo Pubblico que é considerada uma das mais altas, mas visitámos o Duomo di Siena.
Dali fomos a correr para vermos San Gimignano, a cidade das torres. De longe já se via a cidade que fica num monte com as suas vistosas torres. O tempo não dá para tudo e chegámos já depois do pôr do sol e por isso não apreciámos a cidade, as torres e maravilhosa paisagem que deslumbra qualquer pessoa. Aproveitámos para jantar e devíamos ter dormido ali, mas já tínhamos o hotel marcado na próxima cidade (Pisa). Foi pena, mas mesmo assim destaco esta cidade e espero lá voltar. A aventura dali até Pisa prometeu, pois fizemos a viagem de noite (aliás a única) numa estrada secundária. Eu fiquei um bocadinho receosa, mas chegámos a Pisa sãos e salvos :)
É na praça dos Milagres que está tudo o que queremos ver de Pisa: a Torre, o Duomo (grátis) e para os mais aficionados podem ainda dar um salto a ver o maior batistério da Europa e o Camposanto. A Torre é sem dúvida o exlibris e vale a pena pagar os 18€ para ver e sentir a inclinação, principalmente ao subir as escadas!  Uma manhã dá para ver Pisa.


Cinque Terre aqui vamos nós. Das cinco visitámos quatro: Riomaggiore, Manarola, Corniglia e Vernazza. Monterosso fica para uma próxima. Como ficámos hospedados em Riomaggiore, decidimos começar a visitar em primeiro lugar a mais distante: Vernazza, é uma das mais bonitas, Corniglia é muito pequenina e não tem porto, acesso à água. Manarola foi a terceira e é um pouco parecida com Vernazza, penso que estas duas são as mais bonitas devido aos seus portos e depois vem Riomaggiore. Infelizmente a Via dell´Amore estava encerrada. Vê-se muitos turísticas preparados para as caminhadas e trilhos, mas o que me conquistou nestas terrinhas foi a sua paisagem pitoresca, as casinhas construídas naquelas encostas ingremes, a cor das casinhas e os mini portos com as águas translucidas. Comi uma das melhores massas aqui... spaghetti com anchovas e alcaparras.
Era obrigatório parar em Portofino. Fomos até à praça principal e à marina. Aqui vi o maior barco/iate da minha vida. Acho que aquele barco pode ser considerado um pequeno cruzeiro. Uma marina simpática, mas também destaco a vila/cidade que antecede Portofino, Santa Margherita é maior e mais movimentada, mas Portofino é chiqueee, pelo menos pelo preçário do parque de estacionamento (1h = 5,50€).

Deixámos para último a capital, antes de Milão páramos para almoçar em Génova, uma cidade mais citadina e um pouco mais confusa. Queríamos espreitar o porto, mas é uma confusão de barcos, gruas, pontes... não dá para ver nada de carro. Apenas passámos pelo centro, vimos a casa onde nasceu o Colombo e pouco mais. Dali partimos para Milão.


Cada vez que se falava de Milão os meus amigos diziam que era muito industrial e que não tinha muito para ver. Felizmente fiquei muito surpreendida e gostei bastante de Milão. Claro que não é uma cidade medieval, mas sim uma cidade cosmopolita e cheia de vida. Adorei. O jantar foi num daqueles bares de "aperitivos". Foi indicado por uma amiga que encontrámos em Milão. Pagas um cocktail e trazem qualquer coisa para picar. Neste caso era um buffet e por isso tínhamos milhares de coisas para comer!!!
Pontos a visitar: o Duomo e subir ao telhado é imperdível. A Galleria Vittorino Emanuelle, Castello Sforzesco, picar o Teatro Alla Scala, Via monte Napoleone, I Navigli. Não fomos ao Convento di St Mª delle Grazie onde está o famoso quadro "A última ceia" e há quem fale também da Basílica di Sant´Ambrogio!
Andar de bicicleta aqui ou noutra cidade é 7 estrelas e os italianos dominam a estrada de bike ou de outro meio qualquer.


Com isto tudo fizemos +/- 1300km. Infelizmente não conseguimos um Fiat 500, mas o Fiat Panda portou-se muitoooo bem. Os italianos ao contrários dos portugueses não exibem grandes maquinões.
As estradas são boas, não achei exagerado o preço das portagens e algumas das estradas estão cheias de camiões, fazendo comboio de camiões. Sem dúvida que a zona norte é a mais industrial e cheia de negócio e comércio.

As águas do Mediterrâneo são muito apetitosas, tal como às águas do lagos são super transparentes e límpidas. Vale a pena dar um mergulho (coisa que não fizemos, o tempo e o tempo (meteo) não permitiram)

Comida italiana é óptima, mas sinceramente fico desiludida com pizzas "industriais" em fornos a gás e com massas congeladas, principalmente em Itália. É preciso saber bem escolher o restaurante.
Ao almoço optámos por comer coisas mais práticas e comemos pizza à fatia, panini, focaccia, sandes com mozarela e presunto de Parma... ao jantar era faca e garfo e aproveitávamos para comer  massas, risotos, gnocchi e pizzas (forno de lenha). Aqui entre nós, os restaurante italianos em Lisboa ou em Portugal são maravilhosos e os meus risotos óptimos,

Mais um ponto que deixo aqui e que se aplica a todas as cidades: para além daqueles pontos mais turísticos, as cidades italianas são tão ricas que nos podemos e devemos perder nas ruelas a deliciar-nos com tantas outras coisas para ver.

Grazie mille Itália. Ciao bella :)

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